FAMOSA PELA SUA CULINÁRIA, A CIDADE DO CABO MOSTRA SUA VARIEDADE ALIMENTÍCIA COM UM RETORNO AOS PRODUTOS ARTESANAIS. DE CITY BOWL A CAPE POINT, VOCÊ PODE DESCOBRIR FEIRAS DE ALIMENTOS DE ALTA QUALIDADE, ALÉM DE ADEGAS REQUINTADAS.
Em 2014, a Cidade do Cabo foi eleita o melhor lugar para se visitar no mundo pelo New York Times e pelo The Telegraph.
Agricultores locais, comerciantes de produtos orgânicos, padeiros, peixeiros, açougueiros e produtores artesanais de vinhos e de cerveja são apreciados em mercados, lojas, restaurantes e bares da península inteira. Fazer um passeio pelo mercado ou curtir uma refeição cheia de sabores nas manhãs de sábado, é um passeio que não pode faltar no seu roteiro.
Não é novidade que o lado artístico e cultural da África do Sul está na Cidade do Cabo. O destino é dos mais interessantes do continente africano. Parte da cultura da cidade está na gastronomia, que se mostra em ótimos restaurantes. O mais interessante é que o seu perfil cosmopolita, por conta da influência de holandeses, ingleses e africanos, também está na comida. Os viajantes podem esperar por restaurantes modernos, que proporcionam desde a culinária grega à cozinha internacional contemporânea – muitas vezes com o toque especial dos ingredientes sul-africanos.
Os colonizadores holandeses chegaram à cidade do cabo por volta de 1659 para estabelecer seus cultivos, o que fez do então governador, Simon van der Stel, provavelmente o primeiro vinicultor garagiste da Cidade do Cabo. Na península, há um punhado de vinícolas, incluindo a Groot Constantia (fundada por Van der Stel), a mais antiga da África do Sul. Outros estabelecimentos no Vale de Constantia oferecem degustação, restaurantes e piqueniques. A uva pinotage foi criada na África do Sul, com o cruzamento das uvas do tipo Pinot Noir com a chamada Cinsault (também conhecida como Hermitage). A união das duas originou o nome Pinotage. É com certeza o tipo de vinho mais típico e famoso da África do Sul e vai bem com massas e carnes.
O engraçado é que apesar de mais famosa, a uva pinotage não é a mais cultivada na África do Sul, e sim a Cabernet Sauvignon. Há também uma ótima produção de vinhos brancos na África do Sul, com uvas Chardonnay e Sauvignon Blanc, ganhando já inclusive o titulo de “melhor vinho branco do mundo”.
Mas a cidade não se restringe a vinhos, a região também produz saborosas cervejas artesanais.
A cerveja foi fabricada no cabo um ano antes do primeiro vinho. Por isso, a versão artesanal local da bebida tem um numero significativo de fãs, e assim como o vinho, já tenha até vocabulário próprio. A locais que oferecem até 10 rótulos de cervejas artesanais e você pode pedir degustação da bebida.
Apelidada de Taverna dos Mares, a cidade do cabo oferece uma festa de aventuras culinárias. Com uma tradição que inclui influências africanas, indiana, europeia e malaia, a cozinha sul-africana é uma mistura fascinante a ser explorada.
Carne vermelha cozida, grelhada ou ensopada (apesar das mais comuns serem boi, porco e cordeiro, prove o springbok – uma espécie de carne de antílope; também há carnes exóticas, com a de avestruz e de crocodilo) e maravilhosos frutos do mar (prove as ostras, as lulas e os polvos) são as principais proteínas consumidas na maioria das mesas sul-africanas, geralmente acompanhadas por raízes, pap (uma espécie de polenta feita de farinha de milho branco). A farta oferta de “fish and chips” e do feijão com ketchup no café da manhã demonstra a influência da colonização inglesa no país. As saladas são geralmente feitas com pepino, tomate e iogurte natural.
Um dos pratos mais famosos é o Bobotie, um tipo de bolo de carne assado (geralmente de cordeiro), considerado praticamente o prato nacional da África do Sul. Aliás, o Bobotie era o prato favorito de um dos maiores ícones sul africano, Nelson Mandela!
Outros pratos no estilo cape malay são também os currys. De carne, frango ou peixe, sempre acompanhados de arroz tipo basmati e esse tipo de pão, o rotis, quase uma panqueca que ajuda para quem quer comer o prato com a mão, absorvendo bem o caldo e sabores.
As sobremesas são mais econômicas no açúcar, com tortas leves ou chocolates amargos acompanhados de cremes ou frutas menos doces (embora você também encontre opções com muito chocolate, creme de leite e marshmallow).
Provavelmente a sobremesa mais comum que você irá encontrar nos restaurantes da África do Sul, é o Malva Pudding, uma espécie de bolo feito com geleia de damasco e açúcar mascavo, ingredientes que dão essa cor mais escura na massa.
Como é bem doce, geralmente é servido quente com sorvete ou um creme de baunilha.
Alguns pratos e acompanhamentos típicos:
- Chakalaka – molho apimentado, geralmente feito com feijão, curry, alho, cebola, cenoura, tomate. Uma espécie de chili com vinagrete;
- Amadumbe – purê de batata-doce com amendoim;
- Biltong – carne ressecada em forno elétrico, temperada com pimenta, coentro sal e vinagre. Normalmente é servida em tiras e é um dos petiscos mais apreciados pelos nativos;
- Potjiekos – ensopado de carne feito em panela, com pimentões, cebolas e tomates;
- Boerewors com pap – salsichão rústico (mistura de carne de boi e de porco) acompanhado de uma espécie de polenta amassada ou servido dentro de um pão, fazendo as vezes de um cachorro-quente;
- Melkert – torta de leite, açúcar, ovos e canela.
- Koeksister – massa frita molhada com xarope de açúcar e, às vezes, côco ralado.
Algumas curiosidades:
- A África do Sul só se tornou independente politicamente em 1961, mas ainda hoje há várias demonstrações da influência britânica em Cape Town, como o nome de ruas e shoppings (Victoria Road, Churchill Road, Victoria & Albert Waterfront, etc.).
- A Ilha Robben foi o presídio onde Nelson Mandela ficou mais tempo detido: 27 anos, na cela 466. Ele foi solto em fevereiro de 1990 e, horas depois da liberdade, fez um discurso histórico de união na varanda da Câmara Municipal da Cidade do Cabo.
A melhor época do ano para visitar a cidade do cabo é de outubro a março. O verão é o período mais seco do ano, com temperaturas médias em torno dos 21ºC, mas que em dias extremos ultrapassam os 30ºC. É nesse período que a cidade recebe mais turistas, tem mais festas e vive seu esplendor. Essa é, também, a época em que as praias ficam cheias de gente na areia. “Areia” mesmo, pois o mar é gelado o ano todo e poucas pessoas se arriscam a dar um mergulho. Diz-se, inclusive, que o mar é mais gelado no verão do que no inverno, devido às correntes marítimas.
O inverno, por outro lado, apresenta temperaturas amenas, na casa dos 13ºC, mas que durante a noite podem ser inferiores a 8ºC. O inverno, principalmente entre maio e agosto, vem acompanhado de dias mais chuvosos e nublados, roupas mais quentes e cidade mais vazia. Nessa época do ano, os dias de céu limpo e pouco vento são bem valorizados e ideais para fazer passeios ao ar livre ou subir a Table Mountain.
A Cidade do Cabo recebe ventos constantes. Independentemente da época do ano em que você viaje, é indicado levar um agasalho para se proteger do vento, que acaba deixando a sensação térmica mais baixa. Usar protetor solar também é recomendado, pois, com o vento, a sensação de que o sol está queimando não é tão evidente.